domingo, 8 de novembro de 2009

Dias de Chuva.

Talvez se fossem fluentes em francês, aquele momento tornasse-se mais poético do que triste. O céu derramava gotas frias de chuva. Os olhos dela derramavam gotas quentes de choro. Ele não sabia colocar em palavras, não sabia explicar porque seus dedos não entrelaçavam mais com os dela. Não sabia como dizer-lhe que já não preenchia mais seus sonhos, que suas noites haviam tornado-se perturbadoras e agitadas, que antes acordava cheio de amor, e agora acordava suado e exausto. Ela dispôs-se a escutar seu silêncio, uma explicação covarde. Não mais escutava, ao fundo, as notas de uma valsa, agora só escutava os trovões. O para sempre estava sendo prorrogado para mais tarde. Consolou-se lembrando dos vários sorrisos que já havia dado a ele. Agora dava fúria no formato de raios.
- Amamos menos na chuva.

- Eu faço o céu abrir.

- Deixa chover.

- Já não está chovendo aqui.

- Está chovendo em mim.

Nenhum comentário: