domingo, 30 de novembro de 2008

Julgue a alternativa.

De tanto parecer certo se prender ao errado.

E o errado perder para o certo num golpe bem bolado.

E o certo parecer errado.

E o errado parecer trocado.

A cabeça deu um nó.

Coração virou .

Nosso meio-termo, amor, ficou .

Do contra.

Entre o tempo
e o contratempo
só há uma diferença:
ninguém à favor.

A interrogação...

é uma exclamação tímida.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Bicho Homem

Homem, homem com fome, homem. Homem apressado, homem perturbado, homem. Homem na rua, homem sem casa, homem. Homem solitário, homem indignado, homem. Homem trabalhador, homem desempregado, homem. Homem com medo, homem violento, homem.
Mulher, mulher violentada, mulher. Mulher cansada, mulher solitária, mulher. Mulher em casa, mulher sem casa, mulher. Mulher trabalhadora, mulher batalhadora, mulher. Mulher mal-tratada, mulher despedaçada, mulher. Mulher com medo, mulher sofrendo, mulher.
Criança, criança prematura, criança. Criança trabalhadora, criança sonhadora, criança. Criança sem infância, criança sem direitos, criança. Criança solitária, criança assustada, criança. Criança sem escolha, criança quer esmola, criança.
Família, família abandonada, família. Família afastada, família desestruturada, família. Família mal amada, família violentada, família. Família com medo, família com fome, família. Família sem teto, família miserável, família.
Vida, vida rasgada, vida. Vida mal-tratada, vida desvalorizada, vida!
Homem bicho, bicho homem.
29/05/07

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

Mas não me leve a mal...

Eu achei você solta em um caderno.
Em uma folha em branco, alguns de teus traços.
Três minúsculos versos.
Desastres não ocupam muito espaço.

É fácil me ganhar no olhar

É fácil me perder no tempo.

(Cole sua foto aqui)

Já se passou da meia-noite. Hoje já é amanhã, e cá estou eu escrevendo mais uma de minhas cartas sem destinatário, enquanto ao meu redor todos dormem. Acordar para dormir. Ir para voltar. Nascer para morrer. E se eu me recusar a dormir? Ou a voltar? Ou a morrer?! A vida teria mais graça? Se bem que a graça precede a desgraça... Se acorda, dorme. Se vai, volta. Se limpa, suja. Se nasce, morre. E cadê a graça?! Em quatro orações resumi a vida de todos. Acordou, dormiu, limpou, sujou, foi, voltou, nasceu e morreu! Oras, que mediocridade é essa que se tem na vida? Esse vai e volta jamais interrompido. É com isso que eu tenho que me contentar?! Sem sequer uma pitada errada de sal? Não veja como desrespeito, mas eu, eu não quero mais dessa dita vida. Eu vou para não voltar, eu acordo para não dormir, se eu nasci, morrer é que não vou. Me recuso. Para mim vai ser foi e foi. Foi e fim. Não é nenhuma utopia, não sou uma visionária que enxerga duendes, é uma - minha - nova realidade. Também não sou nenhum palhaço, não é uma carta recheada de um amor requintado. É uma carta sutilmente berrada de meu peito. É meu grito interno exteriorado. Um berro que cala tudo mais que se passa aqui dentro, que ecoa por minhas veias. Disfarçado aqui com uma letra decente, seguindo as linhas com tamanho rigor.
Caro amigo(a), abra bem os olhos e não só olhe, observe e encare o quão supérfluo está sendo viver assim. Eu já me recusei. Eu já mudei. Não volto, não durmo e não morro. Esse é meu ponto final.

Entretanto

Antes que me perguntes, sinto sim sua falta. Das tuas mãos nas minhas. Do teu olhar discreto. De ser feliz sem saber. Tanta briga. Cadê você? Seu lugar é aqui, com as mãos nas minhas, por onde já passaram tantas outras, que não couberam no molde das suas, já fixado nas minhas, que de tão bem se encaixarem com as tuas, não têm espaço para as de mais ninguém. Ninguém. Cadê a surpresa quando meu corpo era desbravado por um calafrio? Agora meu corpo se cala, agora é só frio.
(Acho que era isso o que ele tanto queria te dizer).

I do care about your heart!

I just...don't care about it's beating.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vai, e finge que sua loucura é por mim.

Aperta o abraço, e não o passo.
15/02/08

De quando a paciência perdeu a vez.

Até quando eu iria te ver e ter que atravessar a rua? Mudar de calçada? Foi quando eu me questionei, quando você atravessava a rua, era para ir de encontro a mim? Ou só pelo prazer de atravessar e sentir o vento?
21/02/2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eu escrevi esse versinho para você.

Mas apaguei, já te esqueci.

Mais um a.C.

Ontem à noite você me mandou uma mensagem que dentre outras coisas indagava se o acontecido de Sábado tinha tido algum significado para mim. E eu lhe respondi que tinha, e muitos. Pois bem, parando para pensar... há o tal do inconsciente, não há? Aquele que teima em nunca ir de acordo com aquele que tem quase o mesmo nome, alterando-se apenas pelo decréscimo de “in”. O tal do inconsciente faz o que der na telha, banhado em egoísmo. E foi o tal inconsciente que na Sexta-feira fez com que – contra a vontade daquele sem “in” - ao dançar com outro par, eu lhe procurasse entre os passos. Aí pensei comigo que se havia procurado você, logo tinha que ser você, você e ponto, você e exclamação, sem vírgulas, interrogações, travessões. E no Sábado teve o tal do acontecido, e lá estava eu, o consciente de um lado dizendo “Aí ela, é ela, é ela, tem que ser, há de ser, achei!” e o inconsciente de outro lado dizendo “É, mas não é, não é, só se for não sendo, não é isso!” e ambos me aterrorizavam com a terrível idéia – que antes fosse apenas uma idéia – de que ele havia estado ali, aonde antes eu pertencia, e sabe, eu hei de me apegar ao Drummond, “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obederce-lhe é fraca.”. Entende?

'Love is a bitch'

You may fuck with it, but never sleep with it. Or it will cost you a lot more.

Holly Would

- Who was she?
- Oh, just a stranger.
- Since when do you talk to strangers?
- Since I met her...

Rosas não falam.

Então...
CALA A BOCA!

a.C.

Fala-se tanto em amor. Amor pra lá. Amor pra cá. Aqui. Ali. Fala-se muito do pouco que se conhece. O amor é essa coisa tão simples e tão paradoxal, que move montanhas, vidas, corpos. Olha, falar "eu te amo" é fácil, sai leve e sem maiores traumas. Mas outra coisa é falar sentindo. Pode sair rasgando, flutuando...e eu começo a me perguntar onde eu quero chegar. Não convém agora, mas a resposta é "até você".
[...]
Eu queria acreditar que o que estava escrito em sua carta, estivesse lá só pela situação. Mas eu não consigo. Enfim.
Eu te amo. E ora sai flutuando, ora sai rasgando.

Não leve essa minha insensibilidade a sério.

É que seu amor, meu partiu o peito.

Love got lost.

Between YOU and Me.