terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Para todo vazio, há algo que ocupe bem o espaço.

E se eu te dissesse que eu sou apenas um espaço em branco?
Você me preencheria com seu amor?

Agora, se eu te dei a intimidade, entre e sinta-se à vontade.

Eu não deixei você entrar na minha vida provavelmente porque eu mesma estava procurando alguma saída dela. Bem que a saída podia estar em você, mas se estava, eu não a enxerguei. E se estava e eu não enxerguei, foi porque você não ligou a luz. E se você não ligou a luz, você que tem a culpa, você que bloqueou a nossa fuga.
(Também tem a possibilidade de eu não ter deixado você entrar porque vi em você o poder de colocar tudo de cabeça para baixo, e assim como em todo caos há um pouco de calma, em todo louco ainda há resta alguma sanidade, e foi ela que me salvou da sua tormenta).

sábado, 27 de dezembro de 2008

Jingle Bell - Velocidade 5

Madrugada. Peru, vinho e rabanada. As árvores ficam só na lembrança, agora estão soterradas em presentes, presentes e mais presentes. Fugi da ceia. Bastou só que a intenção de fazer uma oração brotasse no ar, para que eu pegasse um molho de chaves qualquer e deixasse a casa. Eu não tenho mais um Deus com quem conversar. E essas chaves não são minhas. Esse carro também não é meu. A rua está vazia, o asfalto está molhado, e eu estou sozinho. Não que isso me incomode, eu gosto dessa sensação. Sozinho nessa selva de concreto. As luzes vão de amarelo à verde à vermelho em um piscar de olhos. De meus olhos. O céu não pára de cair. E ainda não me caiu a ficha. E ainda nem sinais de culpa. Devem estar todos abrindo os presentes agora. E não há uma estrela sequer pra mim no céu. Deve ser porque já descobriram que eu matei o Papai Noel.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Dezembro Despedaçado.

Parei de me despedaçar a fim de caber em um poema.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Licença Poética

Desliguei todas as luzes. Liguei o abajur. Acendi um cigarro. Abri um vinho. Fechei meus olhos.
Estou tentando sonhar. Me dê licença, por favor.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Resolução de Ano Novo (1ª Parte?)

1. Jogar todas as caixas de lenços fora.

É que eu tenho você agora...

"Maybe you found someone who love you right"

Você diz que ama alguém que não sou eu.
E me questiona porque não tenho fé?
Pare o carro, eu vou a pé.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"Em que você tá pensando agora?"

Pois vou responder; Estou pensando na chuva lá fora. Em quem veio e já foi embora. Estou pensando abstrato. Duas lâmpadas, um cartão e um cachorro em miniatura. Estou pensando no mar. Em ir para a praia vender colar. Nos riscos e nos sacrifícios. Na certeza de toda dúvida. Na dúvida de toda certeza. Estou pensando nos olhos de ressaca, no seu sorriso que apedreja e afaga. Estou criando uma reza e sonhando com o diabo. Não sei se já disse, mas também estou pensando no caos e em você. No caos que vive em você. Que vi em você. Que tive em você. Que queria te ter. Que tive sem querer. Tive e querer. Te vi querer. Te ver querer. Querer te ver. Quero te ver. Quero-te. Dá pra ser?

(hahaha, tá)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cadê?

A cor, na flor.
O calor, no sabor.
A beleza, no abstrato.
A companhia, no cd.
A poesia, eu achei em você.

Convém.

Andar a pé.
Chorar até.
Chutar pedrinha.
E o pau da barraca.
Contar as horas.
Olhar a chuva lá fora.
Pensar em você.
Pensar em não ser.
Correr.
De que?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mesóclise Afrodisíaca

Amar-te-ia, caso pudesse.
Assim, bem baixinho.

Querer-te-ia, se deixasses.
Todo santo dia.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Entre idéias.

Eu me escrevi no meu bloquinho de idéias.
Quem sabe algum dia, eu finalmente me concretize.

Eu-musicado

Sabe aquelas músicas que te trazem lembranças? Aquela música que te lembra de mim, aquela música que me lembra de você... Música-lembrança, sabe? Aquele refrão de Domingo à tarde, de Terça chuvosa, de amor sem sentido, de paixão corriqueira. Eu estava pensando nessas músicas, e fui procurar alguma que me lembrasse de...mim. Procurei primeiro nas mais calmas, aquelas das vozes roucas, de dias nublados, até pensei que tivesse me achado, meio cinza com cheiro de terra, mas não é sempre que sou assim. Tentei depois me achar em alguma música-ambiente, já que minha quietude ocasionalmente me deixa de figurante, outra busca sem sucesso. Pensando em meu silêncio, fui escutar as instrumentais, aquela mistura de cordas e metais me lembrou do caos que eu carrego aqui dentro. Não tive certeza se condizia com a verdade. Pulei aquelas de refrões grudentos, passei logo para as de letras ácidas, me lembrei das insensibilidades verbais que já joguei ao vento. Parti para as melosas, que me levaram para as tristes, que me roubaram algumas lágrimas, visto que já tinham suas respectivas lembranças. As músicas dançantes deram aos meus pés, algum movimento, e ao meu rosto, um sorriso. Parei um pouco, para ver se escolhia logo a tal música que me lembrasse de mim. Acabei sem escolher. Essa minha confusão toda não cabe em minha cabeça, quanto mais em uma música só.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Está bem, pause.

Quem entende, acerta. Quem acha que entende, joga os dados.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Com as cartas na mesa.

Hoje cedo me disseram que o amor é um jogo.
E então eu tive certeza.
A gente se encontra mais tarde.
Eu com o coração na mão.
Você com as cartas na mesa.