sábado, 27 de dezembro de 2008

Jingle Bell - Velocidade 5

Madrugada. Peru, vinho e rabanada. As árvores ficam só na lembrança, agora estão soterradas em presentes, presentes e mais presentes. Fugi da ceia. Bastou só que a intenção de fazer uma oração brotasse no ar, para que eu pegasse um molho de chaves qualquer e deixasse a casa. Eu não tenho mais um Deus com quem conversar. E essas chaves não são minhas. Esse carro também não é meu. A rua está vazia, o asfalto está molhado, e eu estou sozinho. Não que isso me incomode, eu gosto dessa sensação. Sozinho nessa selva de concreto. As luzes vão de amarelo à verde à vermelho em um piscar de olhos. De meus olhos. O céu não pára de cair. E ainda não me caiu a ficha. E ainda nem sinais de culpa. Devem estar todos abrindo os presentes agora. E não há uma estrela sequer pra mim no céu. Deve ser porque já descobriram que eu matei o Papai Noel.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não acredito que fez isso! Cotoco vai ficar arrasado ao saber!