quarta-feira, 22 de abril de 2009

Créditos.

A tinta da caneta vai acabar. Escrevo agora tudo o que ia deixar para lá. Não senti dor, senti um vazio. Como se de tanto levar na cara, eu já não sentisse mais. As batidas no meu peito desaceleraram, o filme em preto e branco agora mostrava minhas cenas em câmera lenta. Eu só queria que subissem os créditos. Eu só queria ler na tela o "Fim". Nem precisava ver meu nome protagonizando a história que você tirou de mim.

Partida.

Jogar todos os papéis para o alto, todas as contas, as cartas, de suicídio ou não. Estou deixando de lado tudo que não paguei, e tudo em mim que quis matar. Vou me lembrar dos amigos, dos que ficaram para trás. Às 11 e 30 vou pegar o trem, sem olhar para o que deixei, sem apertar o coração, só vou torcer para não ter que assistir meu amor pegando o trem do outro lado da estação.

Está certo.

Está faltando inspiração, os corações partidos sempre hão de compor as melhores canções. Achava ter perdido um pedaço, achava que ainda tinha o que perder, acabou que percebi que estava tudo em seu lugar, e que eu não lembrava de um dia ter conhecido você.

Lição clichê.

A beleza é rimada, regrada, contada.
O amor é desastrado, avoado, descontrolado.
A paixão é desastrosa, fogosa e nada mais.
Ela cega, ele quebra, e ela invade.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Perdendo a linha.

Não te peço mais desculpas, gritei do outro lado, você não quis escutar. Estou fazendo meu melhor, vai ver é a distância que te impossibilita de enxergar. O barulho, o tráfego, a chuva. O que você fala não parece nada além de ruídos, se eu te peço para repetir, você insiste que eu deixe para lá. Acho que nossa ligação vai cair, sinto muito, mas agora vou desligar.

domingo, 19 de abril de 2009

Sei não...

Estou farta do discurso indireto, o que eu te falo não é entre aspas, vem com uma exclamação e carregado do que me compõe. Cansei de ser narrada, eu quero minha história em 1ª pessoa.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Jogo das Palavras II

Estabelece-se um confronto em mim, quando eu acho que conheço-te mesmo, e você mostra-se tão indiferente assim. Cansei de buscar você, chega de me sentir tão fora de lugar, de época, de foco. Pode ficar aqui, me dê só um momento, já estou indo embora, deixa só eu dar outra olhada na televisão, ver em preto e branco o fim do nosso episódio enquanto solto da sua mão.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Plena Consciência

Tapai-me os ouvidos, que me acompanhe somente a consciência. Aquela que teme, não decide e nem sofre. Eu e ela teremos um papo, perguntarei porque ela sempre pesa quando o coração bate.

O Jogo das Palavras

Me afastei das paredes, me mantive distante de todos os lugares. Um capítulo e meio da minha história foi necessário para que enfim me separasse de você. Você, um desvio em minhas linhas. Todos nos vendo frente à frente, mas você sempre tão longe. O que você acha, levei tempo demais para enxergar que na sua vida não sou parte integrante e muito menos partícula elementar?

Amor Urbano

Dois cabendo em um só. Desfragmentando-se vão, seguindo cada qual um caminho, encaixando mais uma pausa à sua canção. Gritam em silêncio, querendo ninguém incomodar. Disseram que se amavam, mas o barulho não os deixou escutar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sei lá.

Doce ilusão. Não parei mais para pensar que ao abrir os braços surgiria alguém para preencher o espaço. Eu sinto falta e a falta é contrária ao tempo. Não me importa quantos abraços, o quão apertados. O que fizeram com o azul do céu? O que aconteceu com o abraço amigo? Não acredito que você levou mais isso contigo.

Rima Incompleta.

Eu quero que você se choque, não precisa ser com algo, pode ser em mim. Quero que você me encare, quero que você me fale tudo de ruim.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mediocridade Poética.

Não tenho notícias. Mal sei teu nome. Te procuro em todo lugar. Que olhos! Que boca! Que falta de ar! Me avisaram que corro perigo, mas quem aqui tem medo de se afogar?!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Só.

Ter uma caneta em uma mão, e uma folha na mesa não é distração, é sossego.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Lembre-se (Metáfora de Quinta-Feira)

Você derrubou sem querer, não sabia que estava para cair, agora o chão está cheio de cacos, mas se você não vai catá-los, tente ao menos não pisar neles. Lembre-se, ele pode até se sujar de sangue, mas no final, quem se machuca é você.

Mural de Recados.

Quando eu enfim deixar de ser tudo isso que me tornei só para você, será que você vai notar, que se eu for, eu não volto mais de lá?