domingo, 23 de novembro de 2008

(Cole sua foto aqui)

Já se passou da meia-noite. Hoje já é amanhã, e cá estou eu escrevendo mais uma de minhas cartas sem destinatário, enquanto ao meu redor todos dormem. Acordar para dormir. Ir para voltar. Nascer para morrer. E se eu me recusar a dormir? Ou a voltar? Ou a morrer?! A vida teria mais graça? Se bem que a graça precede a desgraça... Se acorda, dorme. Se vai, volta. Se limpa, suja. Se nasce, morre. E cadê a graça?! Em quatro orações resumi a vida de todos. Acordou, dormiu, limpou, sujou, foi, voltou, nasceu e morreu! Oras, que mediocridade é essa que se tem na vida? Esse vai e volta jamais interrompido. É com isso que eu tenho que me contentar?! Sem sequer uma pitada errada de sal? Não veja como desrespeito, mas eu, eu não quero mais dessa dita vida. Eu vou para não voltar, eu acordo para não dormir, se eu nasci, morrer é que não vou. Me recuso. Para mim vai ser foi e foi. Foi e fim. Não é nenhuma utopia, não sou uma visionária que enxerga duendes, é uma - minha - nova realidade. Também não sou nenhum palhaço, não é uma carta recheada de um amor requintado. É uma carta sutilmente berrada de meu peito. É meu grito interno exteriorado. Um berro que cala tudo mais que se passa aqui dentro, que ecoa por minhas veias. Disfarçado aqui com uma letra decente, seguindo as linhas com tamanho rigor.
Caro amigo(a), abra bem os olhos e não só olhe, observe e encare o quão supérfluo está sendo viver assim. Eu já me recusei. Eu já mudei. Não volto, não durmo e não morro. Esse é meu ponto final.

Um comentário:

Anônimo disse...

Devia procurar publicar em outros lugares também.