sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Impulso.

Precisava nunca lembrar-se dela, para nunca esquecer-se de si. Precisa, mais do que qualquer outra coisa, esquecer que seus sentidos tinham memória, e acima disso, tirar a memória deles. Era sua visão, e a forma como estava estagnada na lembrança dos olhos cor de mel. Era seu tato, e como fingia que qualquer brisa era sua silhueta insinuante. Era seu paladar, e o modo como tendia desgustar da amargura. Seu olfato, caçando no vento o cheiro cítrico da nuca. Sua audição, repetindo a voz rouca. Precisava lembrar-se dela para colocar-se de pé ao amanhecer. Precisava esquecer-se de sua ausência para não voltar ao chão. Precisava de um chão, para não bater de cabeça no teto...

2 comentários:

Anônimo disse...

I love you beyond the end.

Julianna Motter disse...

Anh?