domingo, 18 de outubro de 2009
Livrai-se.
Livrou-se de todo o mal. Sozinho. Pelas próprias mãos. Soltando-as de outras. Ela sabia a forma certa de acalmar uma tempestade, mas guardava segredo. Seus beijos eram alucinógenos. Levavam-no às alturas. Depois deixavam-no fraco, conturbado. Os efeitos colaterais de consumí-la eram devastadores. Estava sempre a perder um pouco. Tinha diminuído de tamanho, tornado-se miúdo e frágil. Não tinha mais pulso, nem força para levantar sua voz. Não mais impunha suas vontades, trocou-as pelas dela. De olhos vendados, ia em direção ao caminho errado. Quando cansou-se de seguir saltitante, foi puxado pela mão. Quis alguns minutos para descansar da rotina desritmada. Tempo que foi-lhe negado. Bateu pé. Questionou. Até ser arrastado. Soltou daquela mão que outrora apalpava-lhe a cabeça, e que começava a batê-la na parede. O tempo que tinha - e queria - agora, era o mínimo necessário para salvar seu coração.
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