segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Canhões.

Firme, cantava antigos amores, alguns de seus idílios. Não vacilava no tom, nem na postura. Era uma trovadora dos tempos modernos. Com palavras e sentimentos preexistentes, mas nunca ultrapassados. Com solicitude mutava o ritmo para diferenciar cada um dos cantos. Cantava ali, no meio da praça, desvergonhada, quase orgulhosa. Poderiam apontar canhões para o ângulo exato de seu peito, não importaria-se. Entreluzia naquele pedaço cinzento de mundo. Era seu canto de paz.

Um comentário:

GAZUL disse...

Encanto isso...