domingo, 18 de outubro de 2009

Chuva.

Por entre os prédios apontava um sol forte. Pelas vias e vielas passavam ondas de calor. Reclamava. Queria o vento fresco precedente da chuva, e ver molhar todo seu cabelo. Por bondade, o céu obedecia. Deixava a chuva cair, serena. E ela aproveitava as primeiras gotas que contornavam seu corpo. Mas logo cansava-se. Queria que a chuva ficasse só na ameaça do céu nublado. O céu, novamente, atendia. Ficavam, nas ruas, as poças. Igualmente imundas e purificadas. Incomodavam-na pela lembrança do que tinham sido. Não eram apenas rastro de chuva, eram resposta de mais um de seus pedidos, todos realizados. Sempre queria mais. Queria menos. Para não admitir que, na verdade, não sabia se queria alguma coisa...

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