domingo, 31 de janeiro de 2010

Infinito.

Cabeça pesada, despencando das alturas. Com a vista pouco nítida, e com pouca vontade de enxergar, repousava o peso de viver sobre os braços. Como quem abaixasse o tronco para uma prece. Como queria ter pressa...mas tinha toda a calma em ressuscitar. Descansava, preparando-se para o longo inverno que estava por vir. Se em um outro ano, aquele telefone tivesse tocado, aquela voz poderia ter lhe tocado a alma. Mas naquelas circustâncias, tocou-lhe a ferida, cujo sangue, coagulado, escapou. E escapou-lhe também o controle. Os lábios vieram à cabeça, antes que voz terminasse a primeira oração. E a saliva escorreu pelo telefone. Pediu que não voltasse. Não obedeceu.

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