quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Ame.

Maria era o sol em seu ponto mais alto. José era a brisa fresca do mar. Os dois eram verão. Na nossa cidade, éramos reis. Nossa cidade inexistia no espaço que nos cabia. Mas vigorava em nossos corações. Maria dava-me tiros à queima roupa. José estancava o sangue com seus próprios farrapos. Galopávamos sentados em ônibus, imaginando sempre algo maior. Davámos a tudo o tamanho que faltava-nos. Quando eu calava-me, acompanhavam-me no silêncio, até que de tanta quietude, fizéssemos barulho. Maria era encaixe para dormir. José decifrava meus sonhos. Eu era pesado. Meus amigos foram o que eu não pude ser sozinha.

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