domingo, 10 de janeiro de 2010

Cá.

Tinha nome de ator de filme americano, tirava-me o fôlego só de vê-lo passando de mão em mão. Queimava repousado nas bocas, e seu gosto escorregava tranquilo até os pulmões. Era branco feito a paz pós-vida que eu imaginava, e filtrava mais que a metade das impurezas que continha. Era seco por dentro, feito mata queimada. Acalmava tanto que fazia-me inveja. Tirava-me o sono e o apetite. Tinha uma presença esnobe, quase sempre mal-vista ou proibida. Muitos abandonavam-no depois de algum tempo, como se nada de bom houvesse dado. Desmereciam sua - tão cobiçada - companhia para um café. Carlton era um rapaz de poucos amigos.

2 comentários:

Fernanda Siciliano disse...

Realmente Muito bom;

Raíra Cavalcanti disse...

MUITO bom!