terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Blá.

Falta-lhe um pouco de coragem para admitir-se, abrir as portas do armário e deixar que caíam todos os esqueletos. Não há música por detrás de seus olhos negros, nem força em seus braços longos. É quem justamente nunca poderia ser. Gasta todo seu fôlego reclamando da respiração alheia, mas a falha está na sua que, cortada, solta alguns gemidos. É de sair pela noite à procura de um endereço para suas mãos, e não de repousá-las em um lugar fixo. Não sabe dançar, tampouco sabe batucar seu tambor. É um falso artista. Não vê além, vê alguém. Alguém que deveria ter sido, mas ao nascer, não foi. Encondeu-se tanto que sequer pode encontrar-se. Ao apresentar-se, repete o nome datilografado em sua identidade. Mas ele quem é? Tristeza.

Nenhum comentário: