domingo, 10 de janeiro de 2010

Jô.

Maria era feito um buquê de flores brotando em meio a neve. Tinha tanta força, tanto movimento. Maria era um mar cor de fogo, cujas ondas quebravam em meus olhos. A felicidade de sua visita - sempre tão inesperada e desprentenciosa -, deixava-me bobo. Maria pegava fogo e era eu quem queimava. Queimava-me os olhos que, miúdos, tentavam vê-la além do horizonte. Ela fazia-me ver além, e então eu via. Via sol nascendo quando chegava a noite, e via Maria abrindo os desfiles de carnaval fora de época. Maria era roda-viva. E então sentávamos para vê-la rodar.

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