terça-feira, 1 de junho de 2010

Queda.

Atravessava a avenida, sinal aberto para os carros. Atravessava a ciclovia, e o rapaz despencava da bicicleta. E eu parado na calçada. E eu parado na calçada. E eu parado na calçada. Feito essas palavras, nossa vivência se repetia. Esquece as balas perdidas e o que sobrou do pó, queria porque queria subir o morro. E ainda me dizia: ei, não fique parado na calçada. E atravessava a avenida, e corria à beira-mar. Queria atravessar o mundo a nado, e eu não queria sequer sair do lugar. Esquece as seringas e essa pequena poça de sangue, queria porque queria aprender a voar. E ainda me dizia: ei, não fique parado na calçada. E eu não tive o tempo de dizer: ei, fique parada no parapeito. Eu só soube dizer: ei, como era difícil te amar.

2 comentários:

Anônimo disse...

E se tivesse tempo eu teria dito: é muito simples basta querer.

Anônimo disse...

E se tivesse tempo eu teria dito: é muito simples basta querer.