segunda-feira, 31 de maio de 2010

Não?

É sabido que, quando eu era mais novo - e você também -, as coisas eram outras. Seus vestidos confundiam-se com o sol das oito, e minha vista ainda não era tão cansada. Éramos dois boêmios, crentes de que não precisávamos de crença alguma. Éramos, basicamente, só nos dois - e o resto do mundo. Tínhamos, em mãos, alguns trocados e alguns cigarros. E íamos assim, trocando as pernas e trocando os fatos. Tínhamos, em mãos, a sua na minha e a minha na sua, e as duas em uma só. Era isso que chamaríamos, agora, de solidão. Chamavamos (nos) de felicidade, e para meu próprio contento: não sabíamos de nada. Mas ainda assim, pedíamos por nossas vezes, e falávamos, certos de que estava tudo errado.


Tudo...
Tudo...
E tudo mais, que não fosse nós.
Crescemos, não foi, querida?

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