segunda-feira, 24 de maio de 2010

Dó?

Aproximava teu corpo do meu,
encostava tua boca na minha,
puxava-me pela gola da camisa.
Tirava-me o paletó,
apoiava-o atrás da porta.
Puxava-me pelos dedos,
encostava na - minha - carne - viva.
Subia em meu colo,
arranhava-me as costas.
Pedia-me que citasse alguma de - minhas - velhas - poesias.
Pedia-me que apertasse-te as coxas.
Falava-me de seu coração taquicárdico,
pelas minhas poucas palavras,
pelos meus poucos gestos,
pelos meus poucos pêlos.
Abria-me os lábios atrás de um sorriso.
E cadê?
E cadê?
Eu não sei - nunca soube, e não diria.
Pedia-me sujeira.
Chame-me disso, daquilo, daquilo outro.
E eu sequer gemia.
Mas eu não era assim, tão limpo.
Eu era escuro,
e você queria à luz de velas.
Pedia-me amor.
Ame-me assim,
com flores desbotadas,
jantar na mesa,
louças lavadas.
Eu era egoísta,
e você queria cumplicidade.
Entenda-me, vai.
Mas nem se eu quisesse.
Imcompreensível essa sua sede.
Queria magia, mas eu não havia saltado de um livro.
Por quê doer-se tanto?
E ferir-se tanto?
Eu só estava ali por acaso...

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