terça-feira, 8 de setembro de 2009

Da Vinci.

Mesmo que ainda doesse, doei-me. Doaria mais. Mas mais o que? Fui de milésimos à metade, até que foi preciso o inteiro. Inteira, entreguei-me. Alegoricamente enrolada em uma fita, com um laço de medo. Embrulhada, mas sentido-me e deixando-me ser descoberta. Escondida até então, revelei-me. Provavelmente não como foi imaginado, sonhado, ou fantasiado. Ainda que fosse curioso, ninguém estaria completamente pronto para ver como ficaria a Monalisa fora do quadro. Como seriam seus movimentos, suaves ou brutos? E sua voz, grave ou aguda? Que susto levariam se ela fosse muda...desprendi-me do quadro, da moldura. Carne, osso e coração. Tinta sem óleo, pintura a dedo, retocada com medo. Movimentando-me com calma. Não precisando de voz, de só alma.

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