terça-feira, 15 de setembro de 2009

Arte.

Sua silhueta, muito provavelmente, foi esculpida por algum surrealista, um retrato dos mais loucos sonhos que alguém um dia já teve. Seus lábios eram a soma de tracejos cuidadosos das mãos de um romântico. A forma como caminhava era inquestionavelmente parnasiana, cada um de seus passos era recheado de graça e perfeição, e eram dados sem nenhuma outra intenção além de entreter aqueles à sua volta. A aparente falta de sentido e o desejo pelo novo, tinham sido presentes das vanguardas. Simbolista nas mãos e no olhar, precisava do interesse dos outros para que fosse desvendada. Seu sorriso era rico na forma, principalmente na forma como induzia outros. Alguns, ao vê-la, diriam em voz alta: "Obra de Deus!", eu diria, para só eu ouvir: "Obra de arte...".

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