sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Calor.

Brasília, acredito eu, antes mesmo de nascer foi prometida ao céu. Casou-se nova, enquanto ainda rasuravam seu rascunho. Plantaram arroz e jogaram névoa seca. A cerimônia foi para poucos, que assistiram de camarote a vista do planalto central beijando as nuvens. A lua-de-mel perdurou os anos, estendendo-se a cada dia. Como toda relação, vive de altos e baixos, tendo como referência a posição do sol. Brasília abriga em seus peitos murchos uma manada de filhotes, pequenas Brasílias e brasilienses. Fragmentos do céu e do concreto, nublados, limpos, brancos ou não.

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