segunda-feira, 29 de março de 2010

Tato.

As rimas de seus beijos eram pobres. Seus lábios tinham cor de fruta seca. Na ponta do nariz, um pouco de pasta de dente. Punha-se a pentear-se frente ao espelho, alguns fios desprendiam-se e caíam no chão. Checava a porta fechada, ajeitava a cortina, procurava abrigo na manta azul-bebê. Abraçava meu tronco gelado, esquecia-se da luz acesa. Apertava-me a bochecha, roçava os olhos feito uma criança, e fechava-os. Seu poema tinha um gosto diferente.

Um comentário:

Débora Carvalho disse...

achei esse muito bom! *-*