quinta-feira, 4 de março de 2010
Ora Essa...
Estava presa na garganta a vontade de dividir contigo algumas palavras. Soltei-a portanto, lentamente. Primeiro prendi-a no pulso, e então deixei que escorregasse da caneta até esta folha em branco. O percurso foi árduo, algumas palavras desencontraram-se. Havia tanto a ser divido, mas sobrou-me o "Como estás?". Mas vai ver, bastasse-me apenas dividir isso, essa vontade estranha de saber, de saber-te. Por onde andas? Por onde andas que não te encontro mais? Não que eu tenha procurado, mas não que, se tivesse, teria encontrado. E não que...esqueça. Nesta tentativa frustrante de dividir palavras, individualizei sentimentos.
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Um comentário:
Eu estou ficando velho, e cada vez mais sozinho. O tempo passa, estou ainda onde sempre estive e andando pelos mesmos caminhos, aqueles que você já bem conhece. Gostaria de te dizer que estou mudado, que com a velhice, me veio sabedoria e afeto, mas seria uma mentira. Não tenho muito a falar, por ora. As novidades já são velhas, e os poucos sentimentos que consegui absorver nos últimos anos vieram com as palavras desta folha que me enviaste, e as da folha semanal que me leio. Compro tuas letras todas as semanas nos jornais de domingo.
Desculpa se minhas palavras são escassas: Na tentativa de repassar sentimentos, acabo individualizando palavras.
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