segunda-feira, 15 de março de 2010

Não Há.

Brasília, de tantos poucos anos, dá-me tontura e náusea. Neglicencia-me a alma, que há tanto perdi. Doei-me, de forma sincera. Doeu-me, embora pareça falso. Andei por aí descalçado, na falha tentativa de manter os pés no chão. Balbuciei vontades, feito um episódio de selvageria densa. Boiei, no lago incolor da saudade. As lágrimas tendem a um gosto salino, mas meu paladar pede pelo amargo. Amargura essa que levou-me daí. E agora sinto que sentir é vago, mas sinto. Sinto-me meio perdido, quase perdido e meio, mas de uma forma que, de alguma forma, eu vá me encontrar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tornei para recapturar lembranças. Sei que a lembrança é só um jeito de transformar sentimento em sofrimento, mas ainda assim gosto de não esquecer que senti. Em meus anos jovens, escrevi Brasília em acordes dissonantes. Pus-me a enfrasear palavras, ritmando-as em desversos livres, musicando-as em concretismo. Era o concreto que também tornava a me dar tontura e náusea. Mas na própria arquitetura da cidade, eu conseguia reencontrar meu equilíbrio.

Mesitei. Estava novamente ali, e sem palavras. Não conseguia entender bem o sentimento que eu nutria por aquela cidade. Mas sabia o quanto nãoentender
é profundo.


E passei os dias nãoentendendo, em meio àquela ausência do mar.

E passei as noites nãoentendendo, em meio àquela ausência de mim.

Julianna Motter disse...

Então, vamos abrir um blog para você?

Anônimo disse...

Haha Me desculpe. Eram só textos-respostas ou inspirados nos seus. Parei.

Julianna Motter disse...

Não, tudo bem, pode continuar...