terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nuance.

Às vezes é preciso tapar os olhos, mas nunca o coração. Aprendeu assim, meio sem querer, enxergando entre as lacunas de seus dedos. Credo, como queria não acreditar! Vagava pelas madrugadas. E vagamente tinha algumas nuances de felicidade. Caminhava com os olhos fixados ao chão. Esbarrando, eventualmente, com o destino. Um de seus tropeços foi certo. Presente do destino. Ou um dia de maré calma. O coração enxergou antes que sua cabeça se erguesse e seus olhos, meio destampados, alcançassem os que estavam à sua frente. Era um dia de sol, pulou, flutuou, deu piruetas entre as nuvens. Mas como presente do destino, ou por inconstância da maré, o tempo fechou. Estava tentando segurar o céu, mas estava difícil alcançar sua mão.

Um comentário:

Hanna disse...
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