quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Gira.

Estamos pisando no céu, comprando cigarros na farmácia da esquina. Diga-me, em que parte erramos? Ou erraram conosco? Nós tentamos correr, mas os pés correm de nós. O mundo virou de cabeça para baixo, as rotações foram canceladas por tempo indefinido. Inventaram as horas, agora reinventamos motivos. Queremos seguir, mas o próximo passo é um abismo. Vejamos as pedras lá embaixo, quase atravessando para o outro lado, tão firmes e fortes. Preciosas ou dotadas de algum uso. Atiramos nos santos, lapidamos jóias raras. Agora parecem facas, forçando uma escolha, atirar-se nelas, ou deixar que atirem em você. Eu não sou santo, também não sou raro. Não atiro, nem aguardo. Cedo demais para uma escolha. Por enquanto deixo as pedras enfeitarem a esperança de que o mundo gire de novo.

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