terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Bela e a Fera.

Queria ainda acreditar, mas foram-se os tempos de fábulas. Não há príncipe, cavalo branco, só uma dose quente de realidade. Nada amena, nada doce. Empurrada de uma vez garganta abaixo. A pureza das palavras, sujou-se feito calçadas de cidade grande. Não há como limpá-las, apenas como preservá-las. Não saia mais jogando palavras ao vento, elas podem cair no ouvido errado, atingir o coração certo. Suas palavras entraram. Por um ouvido sem sair no outro. Tomaram forma, expessura, conta. Afiadas, abriram caminho, depois cicatrizes. Tomaram conta de mim, depois deixaram-me só. Eram só palavras. Palavras sós. Palavras bem ditas, escondendo mal dizeres. Narrando uma fábula. Uma expressão utópica de uma realidade inventada. As belas palavras, e a fera, você.

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