domingo, 18 de janeiro de 2009

O desprender de mãos.

Em um sutil gesto minha mão desprendeu-se da sua. Senti um frio seguido de um desconforto, porém não fui invadida por uma sensação de vazio, ou de que algo estava faltando e tampouco senti saudade. Disseram que ia doer, me preparei para a dor, mas ela não veio. Talvez minha expectativa tenha a afastado de mim. Podia ser sempre assim, toda vez que você criasse uma expectativa quanto a uma dor, a dor se perderia, e ficaria só naquela do que poderia ter sido e não foi. O desconforto durou aproximadamente um piscar e meio de olhos. O que veio depois pareceu com o alívio de um parto bem sucedido. Como se eu finalmente colocasse para fora algo que, se passasse mais tempo dentro de mim, certamente morreria.

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