sexta-feira, 26 de julho de 2013

Poeira, besteira e coisa - e tal

Estou tomando chá de boldo há uma semana.
Quero me convencer de que o amargo
está na língua de quem o sente.
O amargor está na
língua de cada um.
Ao te beijar
- sim, ainda me lembro -,
eu sentia um gosto bom.
Não era doce.
Mas também não era amargo.
Gosto de nuvens.
Dessas coisas que não sabemos, verdadeiramente, como são.
Ao te beijar
- eu lembro -,
bem no começo,
eu ficava rindo como quem
hora ou outra
sofreria uma 
síncope.
Capotaria por trás.
Porque me fazia cócegas,
dentro e por fora.
Nos lábios
e  no coração.
Parecia que beijávamos
nós dois
línguas
saliva
e uns grãos de areia.
Poeira das estrelas.
Qualquer coisa brega assim.
Mas isso talvez seja mais
uma dessas coisas
que estão
somente
na boca de quem sente.
Eu beijei
por mim
e por você.

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