segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Restante.

Primeiro, todo aquele corpo arrepiado. Seus toques e minhas mil peles, que se descamaram uma a uma. Fomos retirando as máscaras, e segura aqui, por favor. Tu eras tão bela de olhar, tão bela no olhar, tão bela do lado de cá. Prendi tantas vezes pelo pescoço, deixei tantas vezes, pela garganta, escapar. O afeto, primeiro. O amor, tão grande amor. Queria-te sempre por perto, logo aqui, ao meu lado. E ainda que, meio inquieta, ficava. Olhando pra mim, querendo-te pra mim, cada vez mais, outra vez mal. Queria pesado: fica porque sei exatamente o que te dói - e que me dói por osmose. Fica porque estamos atados, porque longe, não vivo, rastejo-me, esquartejo-te. Fica senão mata-me, e mato-te em resposta. Espera, logo me acalmo. De olhos pressionados, sobrancelhas arqueadas, tanto faz, não falo sério. Não se assuste. Tudo bem, foi-se. E agora, o que resta? Pra você, toda a minha a ausência. Pra mim, toda a sua saudade.

Um comentário:

Raíra disse...

Obrigada! Dessa vez é só isso mesmo o que eu posso falar...