terça-feira, 27 de julho de 2010

Extenso.

Talvez sejam as horas, ou o maço vazio, ou a lâmpada intermitente do abajur. É, talvez sejam as horas mesmo. Estive a pensar - e até agora estou nisso. Estive a sentir - e como, e tanto, e como quis parar, mas não pude, e não quis, e não quero, que engano. Pilhas e pilhas aquecem esse quarto. Meus livros, relatórios, cartas - de amor e suicídio, de amor-suicida, dos dois que acabam, no fim, dando na mesma. Lá fora, disseram, está frio, e ainda é tarde. Consigo ver um feixe de luz, mas tenho dúvidas de que ainda faça - ou haja - sol. Não sei por quanto tempo estou aqui, não sei se estive aqui há dez minutos atrás - enquanto estava sentado nessa mesma cadeira. O que eu sei...sei que aqui você não esteve, não nesse lugar que acabei por construir. Há tristeza e há poeira e, ainda, a possibilidade de sentir alguma umidade no ar. Gotas, pequenas gotas que deixei cair, e que agora procuram uma forma de escapar, sublimar, sublinhar todas as palavras que escrevi nas paredes: volta, e logo, e quero, e sempre, e amo, e preciso, e...enlouqueci. E se há solução - salina ainda -, é a volta. Voltem as gotas para os olhos, o pulso para o coração: volta para mim.
(Perdão)

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