domingo, 24 de abril de 2011

Que Amor.

Quem diria, que acabaria assim, em um recomeço. Quem diria, que o quê todo mundo dizia, era verdade. Era de se esperar. E então esperamos. O que vai, volta. E a gente se foi, logo então - desmereço assim o tempo -, voltou. E eu, que sempre te amei, agora amo mais. Mais devagar, mais cuidadosamente. Amo mais, em cada parte de mim. E apesar de tudo, e de todos, e mesmo que pese, em nós e em outros. Eu te amaria se estivéssemos os dois debaixo d'água disputando por resgate. Eu te amaria se estivésssemos os dois debaixo do chuveiro, morrendo de calor no fim de tarde. Eu te amaria se os Sábados não fossem de sol. Eu te amaria se todo dia fosse Domingo. Eu te amaria se você me desse ressaca. Eu te amaria se você não me desse nada. Eu te amaria se estivesse cansado. Eu te amaria se você estivesse se cansando. E eu não preciso que você acredite. Eu não preciso que você retribua. Nem que sorria. Não preciso que me olhe. Nem que me ligue. Eu não preciso te falar. Nem preciso escutar de volta. Eu preciso que você exista. Para este amor não sair sem rumo. Pois o que voa, também se perde. E sentimentos, tais como este, não podem se perder. Pois as coisas se transformam. E amor, de repente, vira raiva. E da raiva contraem-se os punhos. E dilatam-se as pupilas. Há prazer quando há dor. Mas a dor sabe por quais veias circular. O prazer se espalha, os vasos incham, e depois tudo passa. A dor vinga, e permanece. A dor pede por vingança. Nada disso deve acontecer. Não porque eu quero, mas porque eu preciso. Eu nunca te olharia de olhos vermelhos e mãos atadas. Eu nunca desistiria de lutar. Nem te colocaria como inimigo. Eu nunca te escreveria tais palavras se elas não saltassem do meu peito. Não busco por respostas - não preciso entender a graça. Também não quero encontrar seus lábios quando terminar esta linha. Eu quero te encontrar por inteira quando colocar tudo para fora - tudo aquilo que é tão vivo aqui dentro. Eu quero te ter por inteira. Sem desmerecer, nem desperdiçar, nenhuma parte. Cada letra é um beijo que alcança cada um dos centímetros do seu corpo. Que é tão pequeno, mas que ocupa tudo - desde o espaço das raízes das árvores, as ervas daninhas, os sete mares, o contorno das nuvens, os pêlos dos meus braços. Eu não lembro da vida antes de você. Não lembro do mundo. Não lembro se já vivia. Será que com seus abraços eu acordei? Ou nasci. Ou renasci. Se a morte foi lenta ou dolorosa. Se estava aconchegado no plasma. Se levei uma pancada na cabeça e desfaleci. Minha primeira lembrança é de suas mãos alcançando minha cintura. E meu corpo sendo sugado pelo seu. Logo depois alma, e também vísceras, espírito, mágoas, subconsciente, alterego. Talvez eu tenha apagado tudo que houvera acontecido antes - e eu te amaria mesmo que não tivesse valido à pena. Talvez nada tenha realmente importado. Talvez nada importasse - se não houvesse você. E ainda com todas as desculpas, e descasos, e desconcertos. Ainda que o mundo não orbite em volta do nosso. Estamos de volta para onde tudo começou. E eu te amaria sempre como se fosse a primeira vez. Eu te amo como se tivesse te conhecido neste segundo - assim, concluímos que houve um pacto, mesmo sem saber a procedência. Eu te amaria ainda que não houvesse espaço. Eu te amaria por esta e todas as próximas vidas. Eu te amaria mesmo que você não existisse.
Eu te amo.
E este, seria o tão procurado infinito.

7 comentários:

Danubya Medeiros. disse...

Cara que maravilha de texto, é de exaltar todos os sentidos enquanto se lê.
Adorei!

Julianna Motter disse...

Jura? Que bom! Muito obrigada!

Natália Valle disse...

Sem palavras... Eu te amo meu amor, eu te amo.

Natalia Valle disse...

EU AMO VOCÊ!!!!!!!

Relíquias de Antonieta disse...

Tudo o que você escreve é lindo! PARABÉNS!

Anah Luizahh' disse...

Pois esse é o amor.
Um eterno recomeço a cada segundo que se passa juntos.
Parabéns! Ótimo texto, pra variar...

Julianna Motter disse...

Muito obrigada, gente. Continuem lendo!