sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Desconcerto.

Sentou-se na parada esperando que passasse. Não estava a espera de um ônibus específico, e também não esperava ali até que a chuva passasse. Queria sim algo que o transportasse para outro lugar, mas não era um simples ônibus que o levaria até lá. Tinha sim buscado abrigo, mas não para proteger-se da chuva. Buscava proteger-se de si mesmo, ou daquilo que havia se tornado. Tinha pensado em atirar-se de uma ponte, de um carro, do mundo, mas não era esse tipo de adrenalina que faria com que sentisse seu coração batendo forte. O que havia perdido não era de seu conhecimento, ia além do que seus olhos acinzentados podiam ver. Sentia frio, sentia o vento, sentia-se só. Não enxergava a rua tentando enxergar-se. Era um corpo mais morto do que vivo, um coração que não conhecia o amor.

Um comentário:

Mari disse...

Você escreve muito bem, sabia? Sou sua fã.